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Enquanto não atravessarmos a dor de nossa própria solidão, continuaremos a nos buscar em outras metades. Para viver a dois, antes, é necessário ser um.” (Fernando Pessoa)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Talvez as crianças lidem muito melhor (e de forma mais pura) com namoros do que muitos adultos por aí.

Por Ana Kessler

Quando eu engravidei e soubemos que era uma menina, uma das primeiras exclamações do pai da Ana Beatriz foi: “Só vai namorar quando fizer 18 anos!”. Ele falou sério, eu ri. Pensei “pobres homens que têm filhas mulheres, passam a vida com medo que elas cresçam”. Afinal, entregar a mão da sua princesinha para outro “macho” da espécie não deixa de ser uma queda de braço com sabor de derrota. Quem será o herói dela agora?

Não sei se a Ana Bia, no aconchego do meu útero, ouviu a conversa e achou graça também. E veio ao mundo levando tudo na esportiva, inclusive os assuntos do coração. Mas fato é que talvez as crianças lidem muito melhor (e de forma mais pura) com namoros do que muitos adultos por aí.

Na escolinha do Rio de Janeiro, então com 5 anos, a Bia era apaixonada pelo tal do Vitor. Desenhava cartões em forma de corações para o menino. Escrevia o nome dele e grudava com ímã na geladeira. Comprava presentes, picolés, emoldurava fotos. Era Vitinho pra lá, Vitinho pra cá. Até que um dia...

Bia: Mãe, tenho uma novidade que você não vai gostar.
Mãe: Ãhm.
Bia: Eu estou namorando o João Vitor.
Mãe: Quem?
Bia: O João, mãe, aquele loirinho, dessa altura, sabe?
Mãe: Ué, mas você não gostava do Vitinho? O que aconteceu?
Bia: Ah, mãe, o Vitinho não gosta de mim.
Mãe: Como você sabe?
Bia: Além do mais, o Vitinho tem uma namorada MAIS VELHA.
Mãe: Mais velha? Quem, a tua colega Gigi?
Bia: Não. Uma menina de fora da escola.
Mãe: Ele falou?
Bia: Falou.
Mãe: E você gosta do João Vitor?
Bia: Mãe, o João Vitor me AMA! Ele vive me pegando no colo.
Mãe: No colo? E você gosta disso?
Bia: Não. Mas eu vou me acostumar...

Gostar de quem gosta da gente é um ótimo começo. Mas só gostar de alguém por que essa pessoa gosta da gente, hum, sei não. De qualquer forma, procuro deixar a minha filha livre para trabalhar os próprios sentimentos e exercitar o “gostar” dentro do seu coraçãozinho. Entro no circuito só para orientar, jamais para julgar. Não incentivo, mas não vejo mal nenhum em ela ter namoradinhos. Afinal, como a Bia mesmo diz: “É namoro de criança, mãe”.

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